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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Fósseis da Bacia do Araripe serão utilizados para estudo nas escolas

A história do País será mais palpável para os estudantes a partir do próximo ano letivo. A novidade é que os fósseis, que são basicamente seres vivos que foram petrificados com o passar dos séculos, estarão disponíveis para escolas públicas e particulares. O projeto tem o objetivo de orientar as retiradas dos materiais e auxiliar no estudo da história. O lançamento no começo deste mês foi na cidade de Crato, na região da Chapada do Araripe, no Ceará.
A coleção didática, iniciativa do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), do Ministério de Minas e Energia, é composta por exemplares fósseis comuns da Bacia do Araripe, oriundos da apreensão de material coletado sem autorização, ou de peças coletadas durante as atividades legais da mineração.
Os fósseis fazem parte do Patrimônio Paleontológico Brasileiro e não podem ser retirados da natureza sem autorização. Pelo projeto didático as escolas assinam um termo de cessão, no qual se responsabilizam pela completa conservação das peças. "Vamos usar esse material para a educação e conscientização, já que não pode mais voltar ao seu local de origem", diz o diretor de Inspeção do DNPM, Walter Lins Arcoverde.
O Estado do Ceará apresenta rico patrimônio paleontológico distribuído pelo seu território. Entre eles a Bacia do Araripe, que tem materiais dos períodos Cretáceo e Jurássico, localizada na região limítrofe com os Estados de Pernambuco e Piauí.
Milhões de anos de história para contar
"O objetivo desse projeto é que desde criança a gente faça uma conscientização sobre a importância do patrimônio paleontológico daquela região, que é o maior do Brasil, e um dos maiores do mundo. Ali nós temos uma bacia sedimentar onde houve regressões e transgressões marinhas, em que lagos e pequenos mares se formaram", explica Arcoverde.
Na região, um dos pontos que fica claro é a divisão do planeta pelos oceanos. "Os indícios que encontramos são as provas do que ocorreu na geologia da região e da terra, como a deriva dos continentes, em seu processo de separação, que gerou esses lagos e pequenos mares onde viveram diversos tipos de seres vivos, como peixes, répteis e insetos, além da incidência de madeiras de florestas petrificadas na região".
A geologia brasileira tem despertado interesse inclusive para o turismo. A riqueza do material coletado no País é divulgada, por exemplo, na Inglaterra. "Em nossa embaixada em Londres, quando se divulga o turismo no Brasil, um pontos é a região nordeste, o Vale dos Dinossauros, na Paraíba".
Estuda-se pelo DNPM a criação de parques paleontológicos onde forem encontradas petrificações que podem ser mantidas nos locais de origem. "Seria uma parte da formação geológica dessa região, a ser preservado para fins científicos, de estudos da paleontologia. É uma região que a gente tem que administrar um certo conflito entre mineração, patrimônio peleontológico e preservação", afirma Arcoverde.

Como se calcula a idade dos fósseis?

A idade dos fósseis tem relação direta com as rochas que os contem, já que o acúmulo de organismo acontece por sucessão de eventos.
Os extratos rochosos mais antigos são os primeiros a se originar, situando-se nas bases das rochas sedimentares. Para identificar a idade dos fósseis, os
cientistas utilizam isótopos (átomos do mesmo elemento químico).
O método consiste em analisar nas rochas a proporção de elementos radioativos cuja meia-
vida (tempo necessário para que metade do número de átomos de uma substância de desintegre) seja conhecida.
O carbono 14 muito usado na arqueologia, tem meia-vida de seis mil anos, possibilitando medidas confiáveis até cerca de cem mil anos.
Já os paleontólogos usam isótopos de potássio, argônio, rubídio e estrôncio, entre outros, que possuem meia-vida de vários milhões de anos.

Fonte Gov. Federal

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