EM CAMPO

EM CAMPO

sábado, 12 de setembro de 2009

Juventude do PT inicia campanha em defesa do projeto político do partido



“A argila fundamental de nossa obra é a juventude. Nela depositamos todas as nossas esperanças e a preparamos para receber idéias para moldar nosso futuro.”


A juventude petista de Campo Grande e região do Médio Oeste, juntamente com a Juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT) do Rio Grande do Norte, vendo a entendendo a importância de dialogar com os que desejam o aprofundamento das mudanças já realizadas no Brasil. Começara a realizar uma série de Seminários Regionais de Formação Política no estado. O primeiro acontecera nos dias 12 e 13 no município de Campo Grande.
Com o objetivo de mobilizar, organizar e preparar a juventude para a intervenção junto à sociedade, na disputa pela continuidade do projeto político iniciado em 2002, pelo presidente Lula.
A juventude petista de Campo Grande convida os grupos de jovens, grupos de teatros, filiados e simpatizantes do PT para vim junto nessa caminhada rumo a um futuro melhor e de igualdade para todos. O seminário contara com a seguinte programação:




O Seminário será realizado na Escola Municipal Prof. Joaquim Leal Pimenta.

12/09


16h – Chegada dos Participantes

18h – Janta

19h – Abertura

19h15min - "O surgimento do PT"

19h45min - Inscrições (10).

20h15min - Esclarecimentos do palestrante

20h30min - Jornada Cultural e Socialista


13/09


8h - Dinâmica de Apresentação

8h30min - "O socialismo petista e o Brasil que queremos"

9h15min - Grupo de trabalho sobre o

"O socialismo petista e o Brasil que queremos".

10h – Intervalo

10h15min - Apresentação dos grupos de trabalho

10h45min - "PT: estrutura e funcionamento"

11h – Inscrições

11h30min - Esclarecimentos do palestrante

11h45min – Encaminhamentos

12h - Encerramento

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

MOMENTO POETICO

OS SETE CONSTITUINTES


Quem já passou no sertão
E viu o solo rachado,
A caatinga cor de cinza,
Duvido não ter parado
Pra ficar olhando o verde
Do juazeiro copado.
E sair dali pensando:
Como pode a natureza
Num clima tão quente e seco,
Numa terra indefesa
Com tanta adversidade
Criar tamanha beleza.
O juazeiro, seu moço,
É pra nós a resistência,
A força, a garra e a saga,
O grito de independência
Do sertanejo que luta
Na frente da emergência.
Nos seus galhos se agasalham
Do periquito ao cancão.
É hotel do retirante
Que anda de pé no chão,
O general da caatinga
E o vigia do sertão.
E foi debaixo de um deles
Que eu vi um porco falando,
Um cachorro e uma cobra
E um burro reclamando,
Um rato e um morcego
E uma vaca escutando.
Isso já faz tanto tempo
Que eu nem me lembro mais
Se foi pra lá de Fortim,
Se foi pra cá de Cristais,
Eu só me lembro direito
Do que disse os animais.
Eu vinha de Canindé
Com sono e muito cansado,
Quando vi perto da estrada
Um juazeiro copado.
Subi, armei minha rede
E fiquei ali deitado.
Como a noite estava linda,
Procurei ver o cruzeiro,
Mas, cansado como estava,
Peguei no sono ligeiro.
Só acordei com uns gritos
Debaixo do juazeiro.
Quando eu olhei para baixo
Eu vi um porco falando,
Um cachorro e uma cobra
E um burro reclamando,
Um rato e um morcego
E uma vaca escutando.
O porco dizia assim:
– “Pelas barbas do capeta!
Se nós ficarmos parados
A coisa vai ficar preta...
Do jeito que o homem vai,
Vai acabar o planeta.
Já sujaram os sete mares
Do Atlântico ao mar Egeu,
As florestas estão capengas,
Os rios da cor de breu
E ainda por cima dizem
Que o seboso sou eu.
Os bichos bateram palmas,
O porco deu com a mão,
O rato se levantou
E disse:– “Prestem atenção,
Eu também já não suporto
Ser chamado de ladrão.
O homem, sim, mente e rouba,
Vende a honra, compra o nome.
Nós só pegamos a sobra
Daquilo que ele come
E somente o necessário
Pra saciar nossa fome.”
Palmas, gritos e assovios
Ecoaram na floresta,
A vaca se levantou
E disse franzindo a testa:
– “Eu convivo com o homem,
Mas sei que ele não presta.
É um mal-agradecido,
Orgulhoso, inconsciente.
É doido e se faz de cego,
Não sente o que a gente sente,
E quando nasce e tomando
A pulso o leite da gente.
Entre aplausos e gritos,
A cobra se levantou,
Ficou na ponta do rabo
E disse: – “Também eu sou
Perseguida pelo homem
Pra todo canto que vou.
Pra vocês o homem é ruim,
Mas pra nós ele é cruel.
Mata a cobra, tira o couro,
Come a carne, estoura o fel,
Descarrega todo o ódio
Em cima da cascavel.
É certo, eu tenho veneno,
Mas nunca fiz um canhão.
E entre mim e o homem,
Há uma contradição
O meu veneno é na presa,
O dele no coração.
Entre os venenos do homem,
O meu se perde na sobra...
Numa guerra o homem mata
Centenas numa manobra,
Inda tem cego que diz:
Eu tenho medo de cobra.”
A cobra inda quis falar,
Mas, de repente, um esturro.
É que o rato, pulando,
Pisou no rabo do burro
E o burro partiu pra cima
Do rato pra dar-lhe um murro.
Mas, o morcego notando
Que ia acabar a paz,
Pulou na frente do burro
E disse: – “Calma, rapaz!...
Baixe a guarda, abra o casco,
Não faça o que o homem faz.”
O burro pediu desculpas
E disse: – “Muito obrigado,
Me perdoe se fui grosseiro,
É que eu ando estressado
De tanto apanhar do homem
Sem nunca ter revidado.”
O rato disse: – “Seu burro,
Você sofre porque quer.
Tem força por quatro homens,
Da carroça é o chofer...
Sabe dar coice e morder,
Só apanha se quiser.”
O burro disse: – “Eu sei
Que sou melhor do que ele.
Mas se eu morder o homem
Ou se eu der um coice nele
É mesmo que estar trocando
O meu juízo no dele.
Os bichos todos gritaram:
– “Burro, burro... muito bem!”
O burro disse: – “Obrigado,
Mas aqui ainda tem
O cachorro e o morcego
Que querem falar também.”
O cachorro disse: – “Amigos,
Todos vocês têm razão...
O homem é um quase nada
Rodando na contramão,
Um quebra-cabeça humano
Sem prumo e sem direção.
Eu nunca vou entender
Por que o homem é assim:
Se odeiam, fazem guerra
E tudo o quanto é ruim
E a vacina da raiva
Em vez deles, dão em mim.”
Os bichos bateram palmas
E gritaram: – “Vá em frente.”
Mas o cachorro parou,
Disse: – “Obrigado, gente,
Mas falta ainda o morcego
Dizer o que ele sente.”
O morcego abriu as asas,
Deu uma grande risada
E disse: – “Eu sou o único
Que não posso dizer nada
Porque o homem pra nós
Tem sido até camarada.
Constrói castelos enormes
Com torre, sino e altar,
Põe cerâmica e azulejos
E dão pra gente morar
E deixam milhares deles
Nas ruas, sem ter um lar.”
O morcego bateu asas,
Se perdeu na escuridão,
O rato pediu a vez,
Mas não ouvi nada, não.
Peguei no sono e perdi
O fim da reunião.
Quando o dia amanheceu,
Eu desci do meu poleiro.
Procurei os animais,
Não vi mais nem o roteiro,
Vi somente umas pegadas
Debaixo do juazeiro.
Eu disse olhando as pegadas:
Se essa reunião
Tivesse sido por nós,
Estava coberto o chão
De piubas de cigarros,
Guardanapo e papelão.
Botei a maca nas costas
E saí cortando o vento.
Tirei a viagem toda
Sem tirar do pensamento
Os sete bichos zombando
Do nosso comportamento.
Hoje, quando vejo na rua
Um rato morto no chão,
Um burro mulo piado,
Um homem com um facão
Agredindo a natureza,
Eu tenho plena certeza:
Os bichos tinham razão.
Antonio Francisco, Cordelista e poetico

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

SECRETARIO MUNICIPAL DE AGRICULTURA PARTICIPA DO SEMINÁRIO ESTADUAL DO PGS/2009/2010 EM NATAL

A direita Hildebrando Rocha Secretario Municipal de Agricultura

O Secretario de Agricultura de Campo Grande participou neste, dia 03 de setembro de 2009 de um Seminário Estadual do Programa Garantia Safra no auditório do Hotel Maine em Natal. Este seminário tinha como ponto de discussão a avaliação do programa garantia safra no RN, mudanças no PGS 2009/2010, resolução do comitê gestor, verificação de perdas na lavoura, novas responsabilidade das prefeituras, controle social, estratégica de implantação safra 2009/2010 do PGS/RN entre outros. Hoje no município de Campo Grande tem 383 agricultores aderidos ao programa da safra 2008/2009, aguardando o resultado dos laudos técnicos de produção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e para safra 2009/2010 a Prefeitura Municipal de Campo Grande, através do senhor prefeito Bibi de Nenca e Secretaria de Agricultura já assinou o convênio e solicitou 600 contas para o município.

Saiba mais:

Governo e MDA debatem Garantia Safra no RN

Hulgo Manso Delegado do MDA-RN

A Emater-RN participa do Seminário Estadual do Programa Garantia-Safra, em realização nesta quinta-feira (3), no Hotel Maine, em Natal. O evento, promovido Governo do Estado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) do Rio Grande do Norte e Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e da Pesca (Sape) busca melhorar a atuação do programa no estado.
Da pauta do evento consta a evolução do programa no Rio Grande do Norte. Na safra passada houve a participação de 70 municípios. Para a safra 2009/2010 houve um aumento no número de adesão de prefeituras totalizando 89 cidades. Com isso, o estado passa a ter mais de 50% dos municípios assistidos pelo programa. A perspectiva para esta safra é beneficiar mais de 25 mil agricultores.


João Luiz Guadagnin (MDA)

O Garantia Safra é uma ação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do MDA. O objetivo é proporcionar segurança ao exercício da atividade agrícola na região do semi-árido brasileiro. Em caso do agricultor perca a safra por causa da seca ou excesso de chuvas, ele poderá ter uma renda por tempo determinado (R$ 150 durante quatro meses).
O seguro é destinado aos agricultores familiares que cultivam arroz, milho, feijão, algodão e mandioca. Para participar do Garantia Safra o agricultor familiar precisa pagar R$ 6, enquanto a prefeitura participa com R$ 18 por agricultor inscrito no seguro, e o estado, com R$ 36 por pessoa. O restante do pagamento é de responsabilidade do Governo Federal.
Participam do seminário o diretor de Financiamento e Produção da Secretaria de Agricultura Familiar do MDA, João Luiz Guadagnin; diretor técnico da Emater-RN, Mario Varela Amorim; secretário da Sape, Francisco das Chagas Azevedo; delegado do MDA no estado, Hugo Manso; e agentes de Ater e representantes de prefeituras municipais.

domingo, 6 de setembro de 2009

MOMENTO DA POESIA

AQUELA DOSE DE AMOR
Um certo dia eu estava
Ao redor da minha aldeia
Atirando nas rolinhas,
Caçando rastros na areia,
Atrás de me divertir
Brincando com a vida alheia.
Eu andava mais na sombra
Devido ao sol muito quente,
Quando vi uma juriti
Bebendo numa vertente.
Atirei, ela voou.
Mas foi cair lá na frente.
Carreguei a espingarda,
Saí olhando pro chão,
Procurando a juriti
Nos troncos do algodão,
Quando surgiu um velhinho
Com um taco de pão na mão.
O velho disse: - “Senhor,
Não quero lhe ofender,
Mas se está com tanta fome
E não tem o que comer,
Mate a fome com este pão,
Deixe este pássaro viver.
”Eu disse: - Muito obrigado,
Pode guardar o seu pão...
Eu gasto mais do que isso
Com a minha munição.
Eu mato só por prazer,
Eu caço por diversão.
O velho disse: -“É normal
Esse orgulho do senhor
E todo esse egoísmo
Que tem no interior.
É porque falta no peito
Aquela dose de amor.
Se eu tivesse botado
Ela no seu coração,
Você jamais mataria
Um pardal sem precisão,
Nem dava um tiro num pato
Apenas por diversão.
”Eu fiquei muito confuso
Com as frases do ancião.
Aquelas suas palavras
Tocaram meu coração
Derrubando meu orgulho
E a vaidade no chão.
Me vali da humildade
E disse: - Perdão, senhor,
Desculpe a minha arrogância,
Mas lhe peço um favor,
Que me conte essa história
Sobre essa dose de amor.
O velho disse: - “Pois não.
Vou explicar ao senhor
Porque mesmo sem querer
Sou o maior causador
De hoje em dia o ser humano
Ser tão carente de amor.
Isso tudo aconteceu
Há muitos séculos atrás
Quando meu Pai fez o mundo
Terra, mares, vegetais.
Me pediu pra lhe ajudar
No último dos animais.
Pai me disse: - ‘Filho, eu fiz
Da formiga ao pelicano;
Botei veneno na cobra,
Bico grande no tucano,
Agora estou terminando
Este animal ser humano.
Mas ficou meio sem graça
Este animal predador...
O couro não deu pra nada,
A carne não tem sabor,
Na cabeça tem juízo,
Mas, no peito, pouco amor.
Por isso que eu lhe chamei
Pra você lhe consertar,
Botar mais amor no peito,
Lhe ensinar a amar
E tirar dessa cabeça
O desejo de matar’.
Depois disse: - ‘Filho, vá
Amanhã lá no quintal,
No casa dos sentimentos,
Perto do pote do mal...
Traga a dose de amor
E bote nesse animal’.
De manhã eu fui buscar
Aquela dose sozinho,
Mas na volta me entreti
Brincando com um passarinho
Perdi a dose do amor
Numa curva do caminho.
Quando eu notei que perdi,
Voltei correndo pra trás,
Procurei em todo canto,
Mas cadê eu achar mais.
Aí eu fiz a loucura
Que toda criança faz.
Voltei, peguei outra dose
Igualzinha a do amor,
O vidro da mesma altura,
O rótulo da mesma cor...
Cheguei em casa e botei
No peito do predador.
Mas logo no outro dia
Meu pai sem querer deu fé
Do animal ser humano
Chutando o sapo com o pé
E no outro ele mangando
Dos olhos do caboré.
Vendo aquilo pai chorou,
Ficou triste, passou mal,
Me chamou e disse: - ‘Filho,
O bicho não tá normal.
O que foi que você fez
No peito desse animal?’
Quando eu contei a verdade
De tudo aquilo que eu fiz
Pai disse tremendo a voz:- ‘Eu sei que você não quis,
Mas você botou foi ódio
No peito desse infeliz.
Esse bicho inteligente
Com esse ódio profundo,
Com pouco amor nesse peito
Não vai parar um segundo
Enquanto não destruir
A última célula do mundo.
Depois daquelas palavras,
Chorei como um santo chora.
Quando foi à meia-noite
Eu saí de porta afora
E nunca mais eu pisei
Na casa que meu pai mora.
Daquele dia pra cá
É esta a minha pisada,
Procurando aquela dose
Em todo canto da estrada,
Pois, sem ela, o ser humano
Pra meu pai não vale nada.
Sem ela, vocês humanos
Não sabem dar sem pedir,
Viver sem hipocrisia,
Ficar por trás sem trair
Nem distante do poder
Nem discursar sem mentir.
Sem ela, vocês trucidam
E batizam os crimes seus.
Na era medieval
Queimaram bruxas e ateus
E perseguiram os hereges
Usando o nome de Deus.
Sem ela, foram pra África
E fizeram a escravidão...
Com os grilhões do preconceito
Escravizaram o irmão
Com a espada na cintura
E uma bíblia na mão’.
O velho disse: - “Perdoe
Ter tomado o tempo seu.
Consertar vocês, humanos,
É um problema só meu.”
Aí o velho sumiu
Do jeito que apareceu.
E eu fiquei ali em pé
Coçando o queixo com a mão,
Pensando se era verdade
As frases do ancião
Ou se era tudo fruto
Da minha imaginação.
E naquele mesmo instante
Vi passando na estrada
A juriti que eu chumbei
Com uma asa quebrada,
Mas não tive mais coragem
De atirar na coitada.
Joguei fora a espingarda,
Voltei olhando pro chão
Procurando aquela dose
Nos troncos do algodão
Pra guardá-la com carinho
Dentro do meu coração.
Se acaso algum de vocês
Tiver a felicidade
De encontrar aquela dose,
Eu peço por caridade
Derrame todo o sabor
Daquela dose de amor
No peito da humanidade.
Autor:Poeta cordelista Antonio Francisco