EM CAMPO

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Estrutura da Potiporã no RN está sendo negociada


 
Marcelo Hollanda - repórter

O segundo maior projeto de produção de camarão do RN, a Potiporã Aquacultura, está no centro de um negócio de R$ 100 milhões, envolvendo os mil hectares de viveiros, os laboratórios localizados em São Miguel do Gostoso e toda a estrutura de beneficiamento de camarão.
júnior santosEmpresa é dona de 1.000 hectares de viveiros, mas apenas 300 
hectares continuam produzindoEmpresa é dona de 1.000 hectares de viveiros, mas apenas 300 hectares continuam produzindo
Um dos formatos discutidos seria a transferência  do projeto para produtores da região, que constituiriam uma cooperativa, recebendo cada um deles um hectare. Já os laboratórios e a estrutura de beneficiamento poderiam ser adquiridos por uma empresa âncora. Outros R$ 20 milhões representariam o custo operacional calculado para os novos controladores.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, essa possibilidade vem sendo debatida há um ano com a empresa Queiroz Galvão, dona do empreendimento considerado modelo no meio da carcinicultura.

Hoje, dos 1000 hectares de viveiros da Potiporã, no Vale do Açu, apenas 300 continuam produzindo. Desde as enchentes de 2008 e 2009, a empresa reduziu a área de viveiros, fechou seu beneficiamento  e demitiu mais de 3.500 empregados.

Ontem, a TRIBUNA tentou ouvir sem sucesso um representante da empresa Queiroz Galvão, que está presente em mais de 50 segmentos, entre eles construção civil, desenvolvimento imobiliário, alimentos, participações e concessões, óleo e gás, siderurgia e engenharia ambiental.

“Nós defendemos a transferência da Potiporã para os próprios produtores de Macau, Porto do Mangue, Pendências e Carnaubais que já trabalham com camarão há muitos anos”, afirmou Itamar Rocha. Com essa distribuição, a idéia seria beneficiar mil famílias de produtores da região.

Quanto à venda dos laboratórios e da indústria de beneficiamento, a idéia – segundo Itamar Rocha – é realizar uma licitação para a transferência desses ativos a uma empresa que pudesse entregar  larvas de qualidade, processando e vendendo o camarão a preços competitivos no mercado interno.

Para Itamar Rocha, com a crise dos compradores do camarão brasileiro na Europa, o mercado interno no País está atraindo interessados de vários países.

“Quem arrematar um negócio desses, que já construiu um projeto modelo e venceu toda a etapa de licenciamentos ambientais, desenvolvendo um projeto admirável como a Potiporã, tem tudo para fazer uma grande aquisição”, avaliou Itamar Rocha.

Os recursos para bancar essa operação seriam do Governo Federal, a juros de 2% ao ano. Projeto com esse desenho já foi encaminhado à atual ministra da Aqüicultura e Pesca, Ideli Salvati. “Há vários fundos federais que podem ser acionados para consumar essa transferência”, disse Rocha. Para ele, é o modelo do micro produtor associado à empresas âncoras usado hoje na China e na Indonésia.

Se um desfecho nesse sentido está próximo, Itamar Rocha não soube precisar. “ Pode levar mais ou menos tempo, mas posso dizer já que há muitas empresas nacionais e algumas internacionais de olho na Potiporã”, afirmou.

Evento ligado ao setor reunirá 6 mil congressistas

O Comitê Organizador da WAS – World Aquaculture Society - visitou ontem à tarde o Centro de Convenções de Natal para vistoriar as instalações onde será realizado, de 6 a 10 de junho próximo, a 8ª Fenacam – Feira Nacional do Camarão.

Este ano, em Natal e pela segunda vez no Brasil – a primeira foi em Salvador, em 2003 – a WAS acontece no Brasil. No ano passado a sede foi a Califórnia (EUA) e no anterior a Cidade do México. Em 2012 estava previsto para o Egito.

Ontem, durante a vistoria do Centro de Convenções, o presidente da WAS, o biólogo carioca Ricardo Martino, antecipou que espera para este ano a presença de seis mil congressistas por ocasião da Fenacam.

Ontem, os executivos estrangeiros ligados a WAS vistoriaram os 4 mil metros quadrados do Centro de Convenções, onde 120 empresas de várias partes do Brasil e dezenas de outros países irão expor seus produtos e serviços.

Segundo Ricardo Martino, o conteúdo do congresso da WAS será tanto acadêmico, trazendo as principais pesquisas do setor no mundo, quanto inovações do setor produtivo.

“Sempre buscamos  em nossos eventos uma participação efetiva da indústria na discussão dos grandes problemas e das soluções do setor”, acrescentou.

Além de pesquisadores de várias partes do mundo, a congresso da WAS, que ocorre paralelamente à Fenacam, aguarda também para este ano uma intensa participação dos estudantes  de áreas ligadas a aquacultura e produção de pescados. “Afinal, eles são o futuro do setor”, afirmou Ricardo Martino.

Segundo ele, os estudantes contarão com descontos especiais e uma recepção organizada só para eles.
 Matéria enviada pelo amigo: Rafson Varela Nosfar

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