EM CAMPO

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quarta-feira, 26 de maio de 2010

VENCI O CÂNCER, AGORA IREI VENCER AS ELEIÇÕES, AFIRMA O GOVERNADOR IBERÊ FERREIRA DE SOUZA

BRUNO BARRETOEditor de Política
Tinha tudo para ser mais um domingo na Grande Natal, mas para o mundo da política não foi. O governador Iberê Ferreira de Souza (PSB) conseguiu dar uma inesperada demonstração de força para quem tem apenas 15% das intenções de voto nas pesquisas ao reunir mais de 13 mil pessoas numa das maiores casas de shows do Rio Grande do Norte, no almoço intitulado “Amigos de Iberê”.
No horário marcado, meio-dia, o Vila Folia, localizado em Parnamirim, já estava lotado a ponto dos mais jovens compararem com apresentações das grandes bandas de “Axé Music”. É a maior mobilização política realizada neste período de pré-campanha, que se estende até 30 de junho. Segundo informações da assessoria do governador, dentre as 13 mil pessoas presentes, estavam mais de 100 prefeitos e centenas de vereadores.
O governador chegou por volta das 13h30 acompanhado da ex-governadora Wilma de Faria (PSB) e alguns expoentes da política estadual.
Ainda demonstrando um semblante abatido, Iberê fez um emocionado discurso comemorando a recuperação de sua saúde e disse estar pronto para governar o Rio Grande do Norte e para encarar a eleição mais importante dos seus 40 anos de vida pública. “Em toda a minha vida tive momentos de alegria e tristeza. Nunca tive tantas dificuldades para encontrar as palavras como agora. Gostaria de agradecer aos amigos que estão presentes. Quero dizer que venci o câncer e agora vou vencer as eleições”, inflamou-se.
Antes dos discursos, foi lida uma carta assinada pelo deputado federal Henrique Alves, líder do PMDB na Câmara dos Deputados, que acompanha a ex-ministra Dilma Rousseff em agenda nos EUA. “Quanto a mim, Iberê, e ao meu PMDB, pode contar. Se não todo ele, o seu sentimento todo porque fomos MDB. Começamos juntos. Resistimos juntos. É reencontro. É refazer. É acertar o passo, apenas”, destacou.
Ao comentar a carta de Henrique, Iberê disse que a presença dele em seu palanque é um resgate dos tempos do antigo MDB e do combate à ditadura militar (1964/85). “Fui deputado estadual em 1970 pelo MDB que combatia a ditadura. Dividimos o Estado em várias partes e coube a mim fazer o trabalho em municípios do Agreste, Trairi e Seridó. Diziam que o MDB cabia num fusca e esse fusca cresceu. Muita gente estranha porque o PMDB de Henrique me apoia, mas é porque estivemos juntos na luta contra a ditadura na juventude e estamos resgatando isso”, declarou.
O governador lembrou que sempre sonhou governar o Rio Grande do Norte e que a doença quase impediu isso. “Depois de 40 anos de sonhos, a 11 dias de realizá-lo descubro que estou com câncer em exames de rotina. Foi um momento de dificuldade, mas a prioridade é a minha saúde. Eu não engano ninguém porque sem saúde eu não governo o Rio Grande do Norte. Só vou ao desafio porque os médicos garantiram que tenho a saúde recuperada. Agora tenho o aval dos médicos, das lideranças políticas e o mais importante: do povo do Rio Grande do Norte”, frisou.
Ele lamentou a postura dos adversários durante os dois meses de tratamento. “Mesmo estando fora para tratar a saúde, os meus adversários não respeitaram o momento e diziam que eu não voltava. Não me magoei com nenhum deles”, concluiu.
A VOZ DO PORTO

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