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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Políticas de emprego e inclusão social: o pão, a palavra e o projeto

Escrito por  Equipe de Comunicação 
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Políticas redistributivas de renda orientadas ao desenvolvimento local - Pão, palavra e projeto. O pão, a realidade; a palavra, a mensagem; o projeto, a utopia.Texto de Selvino Heck.
Políticas de emprego e inclusão social: o pão, a palavra e o 
projeto
Para transformar, é necessário o pão, articulado com a palavra e com um projeto. No governo Lula, há programas que mudam a realidade, há processos que trazem junto a mensagem e há um sonho de transformação, que incorpora os pobres e trabalhadores. No local e na comunidade, especialmente, com participação popular, há a distribuição do pão, elabora-se uma pedagogia libertadora e constrói-se o novo.

Introdução
O povo hebreu, saído da escravidão do Egito, ficou sem comida no deserto. Moisés falou com Deus e providenciou o maná. Jesus, quando os discípulos lhe disseram que era preciso mandar a multidão para casa no fim do dia porque não havia o que comer, pediu-lhes que fossem em busca de alimento. Organizando-se o povo em grupos de cinqüenta, recolhendo e partilhando o pouco que cada um tinha trazido, multiplicaram-se pães e peixes.

Moisés deu-se conta de que liderava um povo que sofrera a opressão. Não bastava o maná. Sem a palavra, o povo não atravessaria o deserto. E foram proclamados os Dez Mandamentos, a mensagem que organizava o povo. Jesus, tendo saciado a fome dos cinco mil que o seguiam, proclamou o Sermão da Montanha, mensagem fundamental de práticas e valores a serem vividos.
O pão como único objetivo, individual e/ou coletivo, de uma pessoa, de uma comunidade, de uma nação leva à opulência, à desigualdade econômica e social, ao consumismo. Por outro lado, "barriga vazia não faz revolução". Ao contrário, produz o conformismo, a passividade, abre espaços para o clientelismo e a dominação de pessoas e povos. A palavra sozinha, embora mobilize massas, corações e mentes, torna-se discurso oco que cai na demagogia e no populismo. A teoria,quando não ligada à prática e à realidade, esvazia-se no conteúdo e no papel transformador.
O pão e a palavra não bastam. Moisés sinalizou um projeto, a Terra Prometida, "onde corriam o leite e o mel". Jesus anunciou o Reino de Deus já a partir deste mundo como projeto vivido de acordo com o Sermão da Montanha. Um horizonte a ser buscado, uma utopia a ser realizada canalizam energias, orientam e estimulam a ação e a vida.

Um projeto de desenvolvimento e um projeto de sociedade são fundamentais para tornar efetivos e consistentes o pão e a palavra. No caso brasileiro, visualiza-se um projeto com eixo democrático-popular na perspectiva de um socialismo democrático, baseado em um mercado interno de massas, ambientalmente sustentável, culturalmente plural, respeitador da diversidade local e regional, que incorpora e inclui os mais pobres entre os pobres e tem os trabalhadores como protagonistas. É um projeto de país e nação soberanos, com participação popular e democracia. Este projeto nacional deve também concretizar-se no plano da comunidade local e regional, a partir de sua vocação econômica, diversidade social, contexto ambiental, cultura, tradição e valores comunitários e humanos.

Não há um projeto de desenvolvimento no plano macro sem um projeto de desenvolvimento local e regional, no sentido micro, ambos articulados entre si.
Assim, a garantia do pão na mesa todos os dias, significando o direito à alimentação, em quantidade e qualidade suficientes e segurança alimentar e nutricional, a palavra/mensagem da cidadania, da dignidade, da distribuição de renda, da partilha e da solidariedade, e um projeto de desenvolvimento democrático-popular articulado com um projeto de sociedade/utopia são os elementos centrais e basilares de uma nação soberana.

Como ressaltou José Luís Fiori, "(...) o mundo precisa, com urgência, de um modelo substitutivo, na hora da morte da utopia da globalização. E o Brasil faz parte deste grupo de países que, graças às suas dimensões, às suas relações internas e às suas conexões internacionais, não têm outro caminho senão andar com seus próprios pés. (...) A viabilidade do projeto dependerá da sua capacidade de mobilizar o povo e construir uma vontade nacional, obrigando as elites a se voltarem para sua terra e sua gente" (Fiori, 2003).
 Para ler o texto todo, baixe o arquivo PDF no Link abaixo.
  Fonte Site da RECID BRASIL
 

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