Professores do Estado param dia 2
Professores e servidores da rede pública estadual entram em greve por tempo indeterminado na próxima segunda-feira. A decisão tomada em assembleia é, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do RN, uma resposta ao governo que até agora não atendeu à reivindicação de aplicação da tabela salarial à categoria. Os 19 mil professores ativos questionam que seus salários estão defasados e que o Estado não está cumprindo a legislação nacional que institui o piso salarial do professor, nem o Plano de Cargos, Carreira e Salários do Estado.
Em entrevista por telefone a coordenadora do Sinte-RN, professora Fátima Cardoso, afirmou que a governadora Rosalba Ciarlini chegou a enviar uma carta à instituição. “Mas essa carta é absolutamente evasiva. Ao mesmo tempo que se mostra interessada em resolver, diz que não tem como. Queremos o mesmo tratamento que o Governo concede a outras categorias”, afirmou.
De acordo com o Sindicato, o salário de um professor em início de carreira aqui no Rio Grande do Norte, é de R$ 739,00. O cumprimento da tabela que trata dos vencimentos da categoria elevaria esse piso para R$ 1.759,50 podendo chegar a R$ 3.519,00 de um professor com doutorado, por exemplo.
Negociação
A Secretária Estadual de Educação, Batânia Ramalho, disse à TRIBUNA DO NORTE que até o início da noite de ontem não havia recebido qualquer informação oficial da paralisação dos professores – anunciada para segunda-feira (02).
Betânia Ramalho confirmou que enviou um documento ao Sindicato dos Professores pedindo um prazo de 120 dias para que o Governo do Estado possa encontrar soluções para a implantação do piso nacional. “Nesse período, queremos que o Sindicato esteja com a gente, estudando as saídas possíveis”.
Segundo Betânia, o Governo do Estado acha a reivindicação dos professores legítima, mas há impedimentos jurídicos e orçamentários que impedem a administração estadual conceda os reajustes proposto de imediato. “Todos os estados do país estão com dificuldade de implantar o piso nacional. Semana que vem, acompanharei a Governadora em uma audiência com o Ministro da Educação, para também tratar desse assunto”.
Quando aos reajustes previstos no Plano de Cargos, Carreiras e Salários, a secretária é direta: “a gestão passada lançou o plano e não implantou os aumentos. Neste momento, não encontramos uma saída para resolver esse impasse”.
Segundo Betânia, se for cumprir integralmente o Plano, um professor em início de carreira (com 30 horas) vai sair de um salário de R$ 890 para R$ 1.530. “Não temos como cumprir com esse valor, neste momento. Achamos a reivindicação legítima – e isso não está em questão. E na última reunião que tivemos, no dia 19 deste mês, conversamos com o sindicato sobre isso e enviamos todas as informações detalhadas, convidando o sindicato para a mesa de negociação. Queremos que os professores nos ajude a encontrar as soluções possíveis”.
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